sábado, 18 de abril de 2015



Parafraseando Gonçalves Dias, segue minha "Canção do delírio".

Canção do delírio

Minha face tem olheiras,
Onde a insônia se satisfaz;
As ideias, que à noite, clareiam,
Não clareiam à luz solar.


Minha noite sem estrelas,
Meu jardim, às vezes, sem flores,
Minhas noites mal dormidas,
Minha espera por amores.

Em pensar, sozinho, à noite,
Um universo inteiro se faz;
Minha face tem olheiras,
Onde a insônia se satisfaz.

Minha mesa tem odores,
Do café e cinzeiro a cozinhar;
Em pensar, sozinho, à noite,
Um universo inteiro se faz;
Minha face tem olheiras,
Onde a insônia se satisfaz.

Não permita Tempo que eu morra, 
Sem o verso completar;
Sem que sinta os odores;
Do café e cinzeiro a cozinhar;
Sem que olhe minhas olheiras,
Onde a insônia se satisfaz.

Tadeu Marcato
Foto: Google


Nenhum comentário:

Postar um comentário